Não posso me chatear ao levar um chute de um burro. Não iria processar aqueles que o atacam, mestre? É muito dificil levar um burro até o tribunal.

O único bem do homem é a sabedoria. O mal do homem é a presunção de saber.

A medicina cura o corpo. A política cuida da alma do povo. A política não devia ser a arte de dominar e sim a arte de ensinar justiça através da razão.

O homem de valor serve de exemplos a todos.

Se a bela é mais feia que as Deusas. Esta bela é feia e bela ao mesmo tempo? Como pode?

Se bem que o jogo não é uma atividade exclusiva do homem, animais indicam o contrário, o ser humano o eleva ao patamar de qualidade de vida melhorando a integração social, a uma melhor compreensão de si mesmo e uma transcendência. O homem inventa o jogo e se diverte como nenhum outro animal buscando se divertir, satisfazer e se autosuperar. O jogo é uma ocupação voluntária pois ninguém é obrigado a participar de qualquer tipo de atividade lúdica, exercida de acordo a regras e convenções consentidas e obrigatórias com uma finalidade específica.

Não consideramos o esporte profissional um jogo pois o atleta não participa por livre e espontânea vontade assim como não é obrigado a se divertir nele: o atleta profissional é remunerado pela atividade que exerce além de ser exigido diariamente em treinos e competições. A atividade desportiva profissional é o contrário da atividade lúdica que busca divertir e relaxar o homem (o trabalho é seriedade, compromisso e dedicação diária).

A descoberta do fogo foi o início do trabalho artesanal na vida do homem quem não mais precisa o trabalho manual e a coleta daquilo que a natureza oferece para o seu sustento: o homem começa a produzir coisas por conta própria para o seu conforto. Enquanto o homem da antiguidade tinha uma conotação negativa para o trabalho foi o cristianismo quem, na pregação Jesus fala em apreciar o trabalho até porque ele completa a criação do pai na terra. O trabalho deve ser orientado para o sujeito que o realiza, pois a finalidade do trabalho, assim como todas as coisas é o homem.

Para transmitir emoções e sentimentos o homem utiliza de dois sistemas abstratos: a fala e a comunicação através da linguagem que nada mais é do que um sistema de signos artificiais e convencionais. A linguagem, invenção do homem, transmite ideias, sentimentos e coisas. Existem diferentes formas que o homem utiliza para se comunicar como a disputa, o debate, a conversa, a interrogação, a informação, o questionamento, a reclamação porém é no diálogo que o homem busca unir as pessoas numa comunicação interpessoal.

Séculos atrás Aristóteles apontava que o “homem livre é senhor da sua vontade e escrevo da sua consciência”, mostrando assim que a vontade é uma faculdade exclusiva do homem ao querer, escolher, optar visando atingir seus desejo. Tudo isto tem a ver com a liberdade humana.

Na política a liberdade se dá no direito de escolha dos seus governantes e exercício da soberania dentro dos limites da lei.

Na ética a liberdade se dá na escolha do homem em querer agir, independente de qualquer interferência externa.

O homem é um único ser de produzir cultura a partir de conhecimentos empíricos, acadêmicos, científicos e filosóficos repassados de geração em geração manifestando aquilo que extrai do natural. Sendo assim, a cultura é produto da ação humana voltada para a sua própria realização.

Existem diferentes relações quando observamos culturas diferentes, sendo estas a diferenciação diferenciação (cada cultura tem a sua identidade), comparação (podemos comparar culturas porém não podemos comparar pessoas), influências (culturas são sistemas dinâmicos, abertos, comunicáveis), aculturação (quando duas culturas se integram formando uma só), Enculturação (o processo de aprendizagem), Inculturação (a inserção de uma cultura em outr, transformando a mensagem em princípio).

Por uma questão psíquica e corporal o homem é o único animal que consegue alterar o seu entorno de forma consciente e inconsciente através do posse e da razão: refletindo, emitindo juízos, dominando e modificando a natureza via conquistas técnico-científicas. Quando guiado pela razão, e não pelo instinto como os animais, o ser humano age melhor, de forma inteligente (latim: “intus legere” ou além das aparências). O homem consegue transcender indo além de si mesmo através de conhecimentos vulgares (testemunho e exemplo dos outros) e dos conhecimento científico, racional, sistemático, exato e verificável da realidade.

Caraterística humana, a religião manifesta a fé do homem deste os tempos primitivos com rituais fúnebres, passando pela mitologia em Grécia e Roma, surgimento do cristianismo até os dias atuais. A religião nada mais é do que um conjunto de normas, ritos, mitos, relatos, textos e símbolos que o homem realiza para chegar perto de Deus, do transcendentalismo.

Não existe a vida humana sem interação, sem convívio e muito menos sem sociedade. Aquele que opta para uma vida isolada e individual pode ter distúrbio psicológicos: ou é louco ou é Deus pois o homem é essencialmente um animal social começando desde a sua origem. Por ser um ser frágil, o homem procura buscar o seu conhecimento no mundo que no rodeia e na sociedade que integra. Na organização da sociedade surge a política, ciência que governa por meio do diálogo e da negociação permanente com um único fim: o homem. A política envolve o ser humano desde o nascer e está presenta na iniciativa privada, Igreja, Exército, Justiça e relações interpessoais.

Um homem é por natureza um ser inquieto, é impossível viver por viver, estar por estar, fazer por fazer. Desde que nascemos buscamos o sentido da nossa existência. Porque viemos ao mundo? Qual a nossa missão? Compreender o espírito do ser humano é a base fundamental para a vida em sociedade. Acredito que o sentido de cada pessoa tem a ver com o valor próprio atribuído a cada um em saber se cuidar, amar, se relacionar e procriar.

O que seria atribuir valor a vida do homem? Existem dois significados para definir o sentido das coisas segundo o valor das pessoas. Enquanto “razão de ser”, ou significado Gnosiológico, justificamos a nossa função com o meio que nos rodeia através do “fim”, ou seja, qual a finalidade das nossas ações? A finalidade da escrita, por exemplo, é a comunicação. A finalidade do abraço, o carinho. Uma outra forma de definir o sentido das coisas é no significado Ontológico, baseado na função e o papel do homem na sociedade.

Na antiguidade, Grécia e Roma, a vida humana não tinha sentido além das posses, cargo público e importância na sociedade. A dignidade do homem se media de forma superficial. O sentido muda após a chegada de Jesus Cristo e a tragédia da sua crucificação. Jesus mostra que há vida após a morte de forma objetiva: o filho de Deus encarna a vida humana com as suas limitações, sofrimentos, dores, angustias, tristezas, decepções e medos em comum-união com Deus. Segundo os cristão a vida é viver para servir (caridade) e busca da perfeição em Jesus Cristo, amando a Deus.

PHYSIS: o todo, a totalidade do que existe.

LOGOS: a palavra, o uso da razão humana que tenta dominar, explicar, entender a PHYSIS.

COSMOS: a ordem lógica, racional e perfeita da PHYSIS.

ARQUÉ: a origem, a substância original que define a PHYSIS.

Historiadores apontam que a filosofia teve origem na cidade de Mileto por volta do século VI a.c. na figura de Pitágoras quem teria se considerado “filósofo” unindo as palavras gregas “philo” (amor) e sofia (sabedoria). Sendo o filósofo o amigo da sabedoria, este manifesta constantemente seu desejo de saber, de conhecer o mundo que o rodeia com uma sede eterna de conhecimento. O homem busca desde a origem da civilização entender, indegar, se perguntar sobre a origem, a verdade.

A filosofia surge na superação do mito. O filosofo tenta superar com questionamentos e regras específicas a narrativa hereditária que tentava explicar e compreender fenômenos naturais, físicos e sociais a partir de teorias mitológicas passadas de geração em geração.

Esta superação da mentalidade mitológica se dá por diversos fatores. A navegação marítima mostra ao homem que existem lugares distantes com vida humana, desmitificando a ideia de monstros ou deuses, vivendo neles. Com a invenção do calendário o homem começa a entender o ciclo do “cosmos”, ou a ideia de ordem existente, sendo esta capacidade de abstração determinante para entender que não são os Deuses que definem o ciclo da natureza. Os comerciantes surgem na nova vida urbana, onde o homem deixa de viver na zona rural para conviver com outros seres em centros urbanos dando por fim ao relacionamento fazendeiro / Deus para criar uma nova forma de relação: patrão – empregado. Com a invenção da escrita o homem alcança um altíssimo grau de abstração possibilitando substituir o objeto pela ideia do objeto: o homem não precisa mais estar presente para comunicar alguma ideia. O relacionamento entre pessoas numa mesma zona urbana deu início a política, ou relacionamento onde membros da mesma comunidade discutiam e argumentavam com o objetivo de melhorar o convívio geral. A política corta o vínculo homem – Deuses, pois já seria um Deus o responsável pelo acerto ou erro de determinado empreendimento e sim o governante eleito.

Diante do surgimento da filosofia podemos recriar a palavras de Platão quem a define como a pose de um conhecimento sempre a disposição do homem. Filosofia é um estão de espírito da pessoa que ama, deseja e busca constantemente o conhecimento. É uma constante busca pela verdade e saber mesmo sabendo que existem inúmeros filósofos e inúmeras correntes filosóficas.

O símbolo da filosofia é a letra grega “fi” e a imagem da coruja de Athenas, a deusa da sabedoria e da paz. A coruja, um animal noturno atento e sempre alerta principalmente na escuridão, buscando suas vítimas no silêncio da noite, com uma visão profunda e alerta, além do fato de se tratar de uma ave que voando se aproxima aos céus (moradia dos Deuses).

No começo do século nasce a chamada FILOSOFIA CRISTàda necessidade de repassar conceitos cristão aos homens. O imperador romano CARLOMAGNO contrata os melhores professores da época com o objetivo de unir Igreja e Estado, visando proteger Roma das herdes bárbaras.

A primeira escola, ESCOLÁSTICA, surge como foi dito por Carlomagno evoluindo na ALTA ESCOLÁSTICA que agrega filosofia orientas (árabe e judaica) assim como conceitos de Aristóteles.

O movimento que revive conceitos greco-romanos, o RENACIMENTO, é o movimento literário, artístico e filosófico que coloca o homem, novamente, no centro da discussão. No Renascimento o mercantilismo e colonialismo vencem o feudalismo real.
Como a evolução do RENASCIMENTO surge o ILUMISMO que prega as luzes da razão do homem e se divide em IDEALISTA e EMPÍRICO, ou sensorial.

Podemos finalizar esta FILOSOFIA CRISTÃ com a chegada da FILOSOFIA E CIÊNCIA MODERNA desenvolvendo as ciências naturais com a biologia, física e química e as ciências humanas com a psicologia, sociologia, história, antropologia e geografia.

A globalização de suas várias formas, comercial, financeira, produtiva e tecnológica, como um feito irreversível traz muitos efeitos ao redor do mundo, tanto positivos como também negativos. Países que não têm uma base sólida em suas finanças, nos seus mercados, tornam-se alvo fácil aos ataques de capital estrangeiro, não como forma de investimento direto, a longo prazo e sim com o objetivo de ganhar dinheiro fácil e rápido, a famosa especulação.

Empresas se veem em difícil situação, pois têm concorrentes em todo o mundo para o seu segmento de mercado, ao mesmo tempo em que também têm fornecedores espalhados por todos os cantos do planeta, fazendo com que tenham que obter ótimas informações, tanto para comprar insumos, matéria-prima e produzir, como para negociar seus produtos.

Vemos agora recentemente o caos por que está passando o mais rico e poderoso país do mundo, os Estados Unidos, onde a crise teve início nas hipotecas conhecidas como subprime, onde o crédito era dado a pessoas sem crédito no mercado e sem capacidade de honrar com os pagamentos, levando a um enorme risco delas não serem pagas. Grandes empresas americanas, bancos, organizações quase que centenárias, foram à falência devido à falta de liquidez, gerando consequentemente um estreitamento do crédito a nível global. Empresas que tinham dívidas em dólar também perderam muito de seu capital devido à oscilação do câmbio. Estes acontecimentos geraram perda de postos de trabalho, diminuição da demanda e da produção e riscos de estagnação em mercados emergentes, como o Brasil, que tinham boas perspectivas de crescimento sustentado.

Até quando o mundo terá que ficar à mercê, pagar pelos erros e a má administração de grandes organizações e multinacionais, que acabam tendo seus débitos subsidiados pelos governos locais, restando a nós simples mortais, ficar a espera da tomada de ações visando uma melhor distribuição de renda, ou seja, igualdade de direitos e oportunidades.

Ficha

O conceito de trabalho nasceu com uma conotação negativa sustenta em mitos diversos. O texto cita o Mito de Sísifo, onde Zeus ordenou a Hermes aplicar um castigo exemplar a Sísifo, quem deveria carregar uma pedra até o topo do morro e chegando lá, esgotado de tanto esforço, a pedra cairia novamente rolando morro abaixo. O processo se daria diariamente até a eternidade.

O castigo a Sísifo explica a conotação negativa do trabalho na antiguidade por ser uma atividade manual e indigna. Para os pensadores gregos o tempo livre do homem devia ser utilizado para a meditação e os prazeres da vida.

“A utilidade do escravo é semelhante à do animal. Ambos prestam serviços corporais para atender às necessidades da vida. A natureza faz do corpo do escravo e do homem livre de forma diferente. O escravo tem corpo forte, adaptado naturalmente ao trabalho servil. Já o homem livre tem corpo ereto, inadequado ao trabalho braçal, porém apto à vida do cidadão. Os cidadãos não devem viver uma vida de trabalho trivial ou de negócios (estes tipos de vida são ignóbeis e incompatíveis com as qualidades morais); tampouco devem ser agricultores os aspirantes à cidadania, pois o lazer (ócio) é indispensável ao desenvolvimento das qualidades morais e à prática das atividades políticas”, aponta Sócrates em “A Política” (cap. II, 12546b. e cap. VIII, 1329ª).

O trabalho passa a ter um vínculo maior com a religiosidade na Idade Média. O conceito de trabalho é tido como penitência para os pecados da carne, proporcionando cansaço para o corpo e distração para o espírito, afastando as tentações. O trabalho braçal, condenado na Antiguidade, vira uma forma de provação e fortalecimento espiritual em busca do Reino do Céu.

Trabalho no mundo de hoje / O trabalho nos dias de hoje vem sofrendo uma mutação diária, voltando à valorização intelectual do indivíduo. A labuta física está focada na velocidade dos dedos para clicar / movimentar no mouse e digitar. As redes sociais chegaram para distrair o trabalhador e proporcionar assim um bom desempenho das suas funções pois o tédio prejudica o trabalho.

Um outro fator que vem crescendo é o trabalho do tipo home-office onde trabalhadores são contratados no estilo “consultores” trazendo benefícios ao trabalhador quanto a empresa pois nesta relação tanto empregado quanto empregador conseguem maiores resultados economizando esforço e investimentos além de oferecer calma, tranqüilidade e tempo a uma maior qualidade de vida. Talvez o maior problema seja a ausência de limites que definam os espaços entre vida profissional e vida doméstica, em alguns casos aumentando as horas de trabalho levando à exaustão de horas e horas de esforço físico e mental.